"Esta medida surge no mesmo momento em que o mesmo Governo está a negociar a redução do IRC, diminuindo ainda mais a fatura fiscal das médias e grandes empresas em Portugal", declarou José Gusmão, membro da comissão política do Bloco de Esquerda, à agência Lusa..Hoje, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social confirmou o corte, em 2014, nas pensões de sobrevivência, quando acumuladas com uma segunda reforma, sem esclarecer contudo qual o patamar mínimo a partir do qual será feito esse corte.."As pensões das viúvas e viúvos de Portugal irão servir para compensar a borla fiscal que este Governo está a dar às grandes empresas. Isso é um grande resumo do que é a política de austeridade, a sua ética e o seu sentido", comentou José Gusmão..Apesar de se desconhecer o patamar mínimo para o corte, o Bloco de Esquerda avisa que a poupança de 100 milhões de euros que o Governo pretende atingir não será apenas à custa das pensões mais altas..José Gusmão adiantou ainda que a medida não afetará só viúvas e viúvos, "que em muitos casos já atravessam enormes dificuldades", mas também filhos que precisem dos rendimentos de pais que já morreram para continuar a estudar, por exemplo.."A medida mostra o que valem os compromissos deste Governo no geral e do CDS em particular. A conferência de imprensa feita por Paulo Portas [líder do CDS e ministro de Estado] e pela ministra das Finanças há 48 horas já foi desmentida pelos factos, ou seja, as medidas de austeridade vão continuar e vão agravar-se", concluiu o bloquista..Numa curta declaração à agência Lusa, o ministro Pedro Mota Soares disse que a medida permitirá ao Estado uma poupança de 100 milhões de euros, acrescentando que o que está a ser discutido "é a introdução de uma condição de recurso", como a que já existe para os apoios sociais como o abono de família e o complemento solidário de idosos..O ministro adiantou que a medida abrange beneficiários de pensões de sobrevivência na Caixa Geral de Aposentações e no regime geral da Segurança Social e assegurou que irá proteger os pensionistas com rendimentos mais baixos.